sábado, 13 de junho de 2009

PRISMA repudia ação da PM na USP

NOTA DE REPÚDIO PRISMA - USP
Na última terça-feira, 9 de junho, o campus Butantã da USP foi palco de uma das maiores violências já vistas desde a época da ditadura contra estudantes, professoras(es) e funcionárias(os). Desde 5 de maio, as/os funcionárias(os) da USP organizadas(os) pelo SINTUSP entraram em greve reivindicando aumento salarial e a readmissão do líder sindical Claudionor Brandão, demitido em 2008 por perseguição política.
Supondo um possível piquete na reitoria, o vice-reitor chamou a polícia militar para impedir qualquer ação do movimento grevista. Tal atitude, remontou aos anos de chumbo, na medida que pudemos ver a universidade sitiada pela polícia, não apenas na reitoria, mas também em várias unidades. Diante desse absurdo, funcionárias(os) que ainda não haviam aderido à greve tomaram posição e o movimento cresceu. Professoras(es) e estudantes também se manifestaram em repúdio à presença da chamada “força tática” que colocou em cheque a autonomia da universidade, o direito à greve e à livre manifestação e organização da comunidade acadêmica.
Nessa última semana, o inevitável aconteceu: a polícia violenta de Serra e do PSDB que sempre foi usada como braço do governo para agredir, violentar, assustar as manifestações sociais exerceu mais uma vez a função de repressão ao movimento estudantil. Ao voltar do ato em frente ao portão 1, o movimento foi provocado por seis policiais que fizeram questão de acompanhar muito de perto o movimento, armados com cacetetes, exercendo uma pressão psicológica sobre a manifestação. Diante de tal pressão, deu-se o coro estudantil “FORA PM DA USP” que serviu de desculpa para o comandante enviar suas tropas com bombas e balas de borracha para atacar os estudantes. A ação policial deu-se como forma de fatal repressão, tendo em vista que a polícia não se contentou em dispersar o movimento, mas seguiu em perseguição até o Prédio da Geografia e História. Professoras(es) que se encontravam em plenária foram em socorro dos estudantes e formaram um obstáculo humano para que a polícia encerrasse a ação – sem sucesso. As bombas foram lançadas contra as(os) professoras(es) e estudantes e por pouco a polícia não entra no prédio para espancar e prender as(os) manifestantes.
Diante desses acontecimentos e considerando hipócrita o discurso de que a presença da polícia é para garantir o funcionamento da universidade, o Prisma, coletivo de estudantes pela Diversidade Sexual da USP, manifesta seu repúdio a essa ação violenta, bem como se posiciona a favor da retirada imediata da polícia do Campus. Diante a imaturidade e inabilidade dessa reitoria, também nos somamos à ADUSP, SINTUSP e DCE livre USP na exigência da demissão ou renúncia da Reitora Profª Drª Suely Vilela, bem como de seus/suas conselheiras(os) e assessoras(es).
É inadmissível que a direção dessa universidade abra mão do diálogo e opte pelo uso da repressão com bombas de concusão (supostamente “bombas de efeito moral”) e balas de borracha contra a comunidade acadêmica. Fazendo isso, a atual gestão se mostra incapaz de continuar na direção desta universidade, assim como todas as gestões que pretenderem adotar esse tipo de política policialesca na Universidade, a exemplo do que sucedeu na Faculdade de Direito da USP sob a direção de João Grandino Rodas. Desse modo e posto o acontecido, a única dignidade que resta a essa gestão é a renúncia. Para a comunidade acadêmica, não basta uma substituição aos moldes conservadores desta universidade, devemos exigir e lutar por DIRETAS PARA REITOR(A) além de uma REFORMA ESTATUINTE que altere a estrutura dos colegiados da universidade. A comunidade universitária precisa ser devidamente representada por aqueles(as) que de fato compreendam a natureza de sua função e da função da universidade. Que nossa comunidade possa ter direito de escolher pessoas mais competentes e humanas para guiar esta instituição.

FORA PM DO CAMPUS
RENÚNCIA IMEDIATA DA REITORA
DIRETAS PARA REITOR(A)

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro grupo Prisma, estou aguardando ansiosamente a retomada das atividades, pois que me inteirar delas.